Dados do autor
NomeMarina Mello
E-mail do autorEmail escondido; Javascript é necessário.
Sua instituiçãoUniversidade Federal de São Paulo UNIFESP
Sua titulaçãoPós-Doutorado
País de origem do autorBrasil
Dados co-autor(es) [Máximo de 2 co-autores]
Proposta de Paper
Área Temática15. Filosofia e Pensamento
Grupo TemáticoTowards a Southern Afro-Brazilian and Afro-Latin American Epistemology: a necessary debate on Critical Theory
TítuloPara além do sangue e da raça: transnacionalismo negro e outras retóricas de pertencimento a partir do pensamento de Lélia Gonzalez e Beatriz Nascimento.
Resumo

Equivalências entre hierarquias e diferença racial marcaram, desde o início, as teorias e práticas acerca da conformação da nacionalidade brasileira. Desde o princípio, a condição de ser negro no Brasil envolveu um esforço de repersonalização, em que a proximidade com os valores da cultura ocidental, com a Casa Grande e por extensão, com a branquitude, poderia representar vantagens, no sentido de maior mobilidade ou acesso favorecido a condições menos perversas de existência e sobrevivência. Haja vista a situação que opunha negros boçais (africanos) aos negros crioulos: conhecidos como ladinos em razão de serem latinizados pelo manejo do idioma português e pela cultura mestiça (MATTOSO, 2017).Temos no Brasil, uma realidade marcada por especificidades históricas, em que eugenia e higienismo cunharam um tipo especial de “racismo à brasileira”, traduzido por retóricas de branqueamento etnocida e genocida que perpetraram a ideologia da “democracia racial” que celebra uma “morenidade cordial e alegre” e dificulta a conscientização acerca das raízes das opressões e desigualdades e por conseguinte, a construção da solidariedade étnico-racial entre as vítimas desse sistema. Naquilo que Valter Silvério (2019) nomeia como “transnacionalismo negro”, ativistas e intelectuais negras e negros questionam um humanismo de cáriz colonial e portanto, trata-se de um movimento de afirmação de diferenças contra os apagamentos e rasuras empreendidos em favor de interpretações brancocêntricas. Nesse trabalho a premissa é de que a ação/pensamento de mulheres negras no Brasil têm produzido alternativas decoloniais a esse estado de coisas, forjando novas e outras categorias de pensamento e ação para o enfrentamento do racismo à brasileira. Provocada pelos conceitos de “amefricanidade”,“Améfrica Ladina”(GONZALEZ) e “quilombismo” (NASCIMENTO), cunhados à luz de trocas e trânsitos transnacionais, enuncia-se um marco teórico e conceitual importante para as ciências sociais e humanas.

Palavras-chave
Palavras-chave
  • transnacionalismos negros
  • feminismos afrolatinos
  • amefricanidades
  • quilombismos