Dados do autor
NomeMarina Dias
E-mail do autorEmail escondido; Javascript é necessário.
Sua instituiçãoFaculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas PPHDL/FFLCH-USP
Sua titulaçãoMestrando
País de origem do autorBrasil
Dados co-autor(es) [Máximo de 2 co-autores]
Proposta de Paper
Área Temática15. Filosofia e Pensamento
Grupo TemáticoTowards a Southern Afro-Brazilian and Afro-Latin American Epistemology: a necessary debate on Critical Theory
TítuloO devir ancestral em corpos negros: reflexões sobre a corporeidade e a educação antirracista à luz dos saberes da cosmovisão africana.
Resumo

A partir da experiência de uma docência compartilhada entre professores de uma escola municipal na periferia de São Paulo e pesquisadores da USP (CNPQ/2021), investigaremos, neste artigo, possibilidades didáticas que visem a valorização das identidades afro-diaspóricas dos estudantes negros e periféricos. Em um primeiro momento, problematizaremos a epidermização do racismo (FANON, 2008, p. 28), no qual, segundo Fanon, os sujeitos negros frequentemente absorvem a desvalorização de seus corpos perante o olhar branco colonizador. O teórico martinicano ainda argumenta que em uma sociedade colonial os sujeitos negros necessitam despir de suas próprias vivências para substituí-las por máscaras brancas, ou seja, precisam usar a linguagem, ter relações e costumes como se fossem sujeitos brancos. Apenas por meio desse processo de desterro simbólico, que deságua na negação do si mesmo corporal, é que os sujeitos negros encontram um lugar em uma sociedade pautada pelo modelo branco de existência. Em um segundo momento deste artigo, analisaremos como as contribuições da cosmovisão africana (OLIVEIRA, 2003; PETIT, 2015) e da Filosofia Nagô (SODRÉ, 2017), podem vir a ser uma potente ferramenta em sala de aula para ressignificar a experiência de corpos negros que experimentam cotidianamente o trauma da violência racista (KILOMBA, 2019). Sustentamos que tais saberes constituem-se enquanto uma possibilidade de devir ancestral para o jovem negro e periférico, uma vez que são fundamentados na valorização dos corpos negros a partir de um reencontro dos sujeitos com suas raízes afro-diaspóricas. Esperamos que a análise sobre a intervenção proposta em sala de aula, bem como as abordagens teóricas e metodológicas discutidas nesta pesquisa, possam contribuir para a efetivação da Lei 10639/03, assim como ir ao encontro dos avanços na construção de uma educação insurgente (hooks, 2017) e antirracista.

Palavras-chave
Palavras-chave
  • Cosmovisão Africana
  • Racismo
  • Corporeidade
  • Educação Antirracista
  • Docência compartilhada