Dados do autor
NomeLuiz Ancona
E-mail do autorEmail escondido; Javascript é necessário.
Sua instituiçãoUniversidade de São Paulo USP
Sua titulaçãoDoutorando
País de origem do autorBrasil
Dados co-autor(es) [Máximo de 2 co-autores]
Proposta de Paper
Área Temática16. História
Grupo TemáticoHistória(s) do cinema: formas de produção de memória e dimensões históricas
TítuloHistória e memória do modernismo brasileiro em O homem do pau-brasil de Joaquim Pedro de Andrade
Resumo

Esta comunicação abordará o longa-metragem O homem do pau-brasil (Joaquim Pedro de Andrade, 1981). Fruto de um programa especial de financiamento para filmes históricos da Embrafilme, o longa traz uma peculiar biografia do escritor modernista Oswald de Andrade. O filme contraria por completo os anseios de civismo e seriedade do regime militar, bem como as expectativas em torno do gênero histórico-biográfico. O biografado é interpretado por dois atores, um homem e uma mulher (Flávio Galvão e Ítala Nandi). A trama não é inscrita temporalmente de maneira clara. Em O homem do pau-brasil a representação é de outra ordem, assim como a própria noção de história na qual se baseia. Vida e obra de Oswald, história e ficção, fundem-se por completo. Em estilo paródico, o longa dialoga, à sua própria maneira, com o gênero da pornochanchada. Os acontecimentos sucedem-se de maneira fragmentária, em um ritmo que lembra tanto uma colagem cubista quanto gags e sketches de comédias populares. A comunicação discutirá as implicações dessa escrita sui generis da história nas representações e memórias construídas pelo filme sobre Oswald de Andrade, em particular, e sobre o modernismo brasileiro, em geral. Com isso, objetiva-se inscrever o filme nos debates culturais de seu tempo. Ao abordar a vida e obra de Oswald de Andrade, O homem do pau-brasil não só representou eventos e personagens da primeira metade do Século XX, mas também revisitou um conjunto de debates em torno do legado oswaldiano e da noção de antropofagia, que se desenrolavam desde a década de 1960 e que eram redimensionados no Brasil da Abertura. O momento era de balanços e revisões, de produção, e embate, das memórias sobre a ditadura que se fixariam nas décadas seguintes, inclusive sobre as lutas culturais travadas em seu interior. A partir da análise fílmica, esta comunicação buscará interrogar essa conjuntura cultural que, devido à proximidade temporal, ainda foi pouca explorada pela historiografia.

Palavras-chave
Palavras-chave
  • Cinema brasileiro
  • Joaquim Pedro de Andrade
  • Filme histórico
  • Modernismo brasileiro
  • Ditadura militar brasileira