Dados do autor
NomeJOSÉ RUBENS MASCARENHAS DE ALMEIDA
E-mail do autorEmail escondido; Javascript é necessário.
Sua instituiçãoUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia UESB
Sua titulaçãoPós-Doutorado
País de origem do autorBrasil
Dados co-autor(es) [Máximo de 2 co-autores]
Proposta de Paper
Área Temática16. Historia
Grupo TemáticoCiclos de movilización, violencia política y dictaduras en la Historia Reciente Latinoamericana
TítuloEntulho autoritário da ditadura brasileira: o passado que não quer passar
Resumo

O presente resumo elege três elementos da herança ditatorial do Brasil, presentes hoje na sociedade, mais de meio século depois do fim oficial daquele período tenebroso da história do país, entendidos como insistente passado que não quer passar. Trata-se de enfoque que mescla história, memória e ideologia, como categorias-chave para se compreender essa herança ainda presente, a saber: a) a Lei da Anistia, de 1979, cuja essência reivindicava uma remissão “ampla, geral e irrestrita”, costurada em plena ditadura e pelos protagonistas dela, buscando garantir salvo-conduto aos militares pelos seus desmandos ditatoriais, planejando uma abertura política lenta, gradual e “segura”, deixando feridas abertas, cadáveres insepultos e torturadores e mandantes autoanistiados; b) a Polícia Militar do Brasil, tratando-se de um instrumento anacrônico de modelo idem de segurança pública cuja característica, inerente à ditadura, mantem sua ação nos moldes da Doutrina de Segurança Nacional, especializada no extermínio de suspeitos pobres e negros, como o confirmam as estatísticas; c) o regime político que, no campo jurídico, em grande parte é originário da ditadura militar, marcado pela repressão e criminalização dos movimentos político-sociais, pautando-se na punição seletiva.
O cenário atual, em relação a esse passado recente, traumático, em sua perspectiva dialética continua revisitado por olhares contemporâneos, que testemunham os deveres da memória pouco ou quase nada materializados (entendendo que a memória se materializa, condição sem a qual não se estabelece), buscando superar barreiras erigidas contra políticas públicas de memória no Brasil, não passando de efemérides institucionais para responder, muito timidamente, às reivindicações daqueles que ainda se veem injustiçados e cujos passados traumáticos lhes assombram, numa dialética nada surpreendente na qual a história-duração embala um passado que é, ao mesmo tempo, presente, como afirmava Le Goff.

Palavras-chave
Palavras-chave
  • Entulho autoritário
  • Ditadura brasileira
  • Passado recente