Dados do autor
NomeCarina Santos de Almeida
E-mail do autorEmail escondido; Javascript é necessário.
Sua instituiçãoUniversidade Federal do Amapá UNIFAP
Sua titulaçãoDoutor
País de origem do autorBrasil
Dados co-autor(es) [Máximo de 2 co-autores]
Proposta de Paper
Área Temática08. Educação
Grupo TemáticoPovos indígenas, desafios contemporâneos e a construção de novos saberes: experiências de indigenização da universidade e da escola
TítuloDa escola integradora à escola indígena: perspectivas históricas sobre a educação escolar entre os povos indígenas de Oiapoque
Resumo

Os povos indígenas que vivem na região do rio Oiapoque conheceram a escola ainda na década de 1930, quando o indigenismo de Estado marcou presença nesta fronteira com o intuito de promover a “assistência”, “proteção” e “integração” dos autóctones. Naquela época, a escola era uma experiência nova e desconhecida para os povos Galibi, Karipuna, Palikur e Wajãpi, assim como a própria agência do SPI, entretanto, a escola passou a ser conduzida como um espaço para a construção e mediação de relações assimétricas. Em 1900, a margem direita do rio Oiapoque tornou-se território brasileiro com o encerramento do Contestado franco-brasileiro, apesar de suas gentes sequer falarem português. Em 1925, o etnólogo Nimuendajú passou alguns meses com os povos indígenas regionais e, assim como a Comissão Rondon, constatou que esta recente região brasileira pouco apresentava vínculos nacionais. O SPI chegou em 1930. As narrativas indígenas indicam que os primeiros contatos dos povos Galibi, Karipuna e Palikur com a escola entre 1934 e 1937 não foram bem sucedidos. Mas com o SPI, a atuação da escola foi reforçada enquanto um espaço para o processo civilizador de Estado. Uma “outra” escola, ancorada nos anseios comunitários, veio a surgir somente partir da década de 1980, com o Cimi, possibilitando a formulação de novas bases para a uma outra educação escolar. Hoje, os povos indígenas de Oiapoque acessam a universidade federal e estão construindo suas escolas a partir de seus pressupostos históricos e comunitários, com base na interculturalidade, no multilinguismo, na especificidade e autonomia, são experiências contemporâneas que afirmam a presença de uma outra escola nas aldeias e demonstram a ressignificação do papel da escola como um processo de indigenização.

Palavras-chave
Palavras-chave
  • Indigenismo
  • Escola
  • Povos Indígenas
  • Oiapoque
  • Educação Escolar Indígena