Dados do autor
NomeKellyn Menegat
E-mail do autorEmail escondido; Javascript é necessário.
Sua instituiçãoPrograma de Pós Graduação em Sociologia e Ciência Política - Universidade Federal de Santa Catarina PPGSP/UFSC
Sua titulaçãoMestrando
País de origem do autorBrasil
Dados co-autor(es) [Máximo de 2 co-autores]
Proposta de Paper
Área Temática10. Estudos de Gêneros
Grupo TemáticoGénero e cultura prisional na iberoamérica
Título“Os de preto manda e os de laranja obedece”: a experiência de detentas trans e travestis na Penitenciária Masculina de Florianópolis.
Resumo

A presente proposta trata-se de uma pesquisa etnográfica em andamento que consiste em observar, descrever e analisar os dispositivos de poder que operam nas experiências de detentas trans e travestis na Penitenciária Masculina de Florianópolis/SC, moldados pela intersecção de raça, classe, gênero e sexualidade. Tal pesquisa surgiu da necessidade de aprofundamento e desenvolvimento de um trabalho de conclusão de curso e de um estágio realizado no setor penal da referida penitenciária, entre os anos de 2018 e 2019. Levando-se em conta os dados que demonstram o encarceramento em massa brasileiro, onde 61,7% das pessoas presas são pretas ou pardas e 10.457 se autodeclaram pertencentes à população LGBTQIA+ (Infopen, 2019), bem como, sendo o Brasil, pelo 4º ano consecutivo, o país que mais mata a população LGBTQIA+, majoritariamente constituída por travestis e mulheres trans negras, pobres e periféricas (ANTRA, 2021), compreende-se que tais corpos considerados dissidentes das normas de gênero e sexualidade são por si só alvos de seleção do sistema penal, quando, além destas interseccionalidades, a vulnerabilidade torna-se mais um elemento produzido em razão da classe social, da raça ou do território. Tendo como ponto de partida o conceito de necropoder (Mbembe, 2016), o interesse central da pesquisa se baseia em compreender as técnicas de governamentalidade utilizadas pelo Estado para com estes corpos determinados que não se enquadram nos padrões socialmente impostos e experimentam formas de controle e repressão únicas, bem como, compreender as relações de resistência construídas pelas mulheres trans e travestis no contexto carcerário em que estão inseridas. Portanto, o objetivo é, junto ao GT, refletir a respeito das experiências dessas pessoas, as quais estou observando e dialogando em trabalho de campo.

Palavras-chave
Palavras-chave
  • Prisão
  • Detentas trans
  • Travestis