Dados do autor
NomeIvan Gomes
E-mail do autorEmail hidden; Javascript is required.
Sua instituiçãoUniversidade Federal de Santa Catarina UFSC
Sua titulaçãoPós-Doutorado
País de origem do autorBrasil
Dados co-autor(es) [Máximo de 2 co-autores]
Proposta de Paper
Área Temática01. Antropología
Grupo TemáticoAntropología de la técnica: Materiales, máquinas y organismos
Título_arte de pesca com ferrinho e tabuinha_tecnodiversidade em infraestruturas multiespécies
Resumo

_proponho apresentar neste GT parte de minha pesquisa de mestrado, com foco na descrição da arte de pesca com tabuinha e ferrinho, desempenhada na baía da ilha de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil (GOMES, 2020). As peculiaridades da prática dessa arte de pesca atravessam algumas questões que interessam às discussões antropológicas recentes. Em primeiro lugar, destaco sua contribuição para as análises que giram em torno da noção de tecnodiversidade (Hui, 2020), em especial, às variedades da experiência da arte (technè), situadas e desenvolvidas nas relações entre humanos e paisagens específicas. Pois, como ouvi de um dos pescadores, “esse tipo de pesca só existe aqui”. Nesse sentido, nos interessa menos sacramentar a singularidade absoluta desta técnica do que descrever o que de particular aparece a partir da relação de recursividade (Bateson, 1987) entre seus praticantes e a paisagem mais que humana da baía de Florianópolis, resultando em seu viço e constância ao longo do tempo. Por fim, a outra relevante questão suscitada pela presente arte de pesca orbita as recentes discussões em torno das antropologias da paisagem, em especial às ressurgências criativas de técnicas que brotam entre as fissuras abertas pelos usos contingenciais de infraestruturas que não foram previstos e planejados por seus projetistas (Morita, 2017; Tsing, 2020). A arte de pesca com ferrinho e tabuinha se apresenta como um exemplo da apropriação desse design não intencional, por inserir como componente em sua cadeia operatória (Coupaye, 2017) a estrutura da ponte Pedro Ivo Campos, projetada, a priori, para o trânsito – de automóveis, pessoas, elétrons e água tratada. Quais saberes - ambientais, perceptuais, técnicos - proliferam da arte de pesca com tabuinha e ferrinho? E o que sua relação com a paisagem mais que humana da baía de Florianópolis tem de particular e de relevante para os estudos antropológicos da técnica? Questões que proponho para o debate junto aos participantes do GT.

Palavras-chave
Palavras-chave
  • mar
  • pesca
  • infraestutura
  • antropologia da técnica
  • antropologia da paisagem