Resumo | O presente trabalho traz enquanto discussão a temática de viver nas ruas de uma cidade grande. A proposta é apresentar a experiência de um projeto elaborado para atender a população de rua no período da pandemia, titulado “Canto da Rua Emergencial”, situado no município de Belo Horizonte, em Minas Gerais, Brasil.
Trata-se de uma ação da Pastoral de Rua da Arquidiocese de BH e do Vicariato Episcopal para Ação Social, Política e Ambiental e financiado pelo Instituto Unibanco, onde conta também como apoiadores o governo de Minas Gerais, a Prefeitura de Belo Horizonte e outros órgãos e serviços. Implantado em junho de 2020, como medida de prevenção ao Covid-19, seu objetivo é oferecer diariamente lanche, banho, doação de roupas, cuidados para os pets, além de atendimento básico de saúde, social, jurídico e também doação de barracas e kit inverno, sendo essa última de ação externa, que oferecem às pessoas em situação de rua um mínimo de dignidade que é direito previsto em lei (CF/88, Art. 1°). Foi previsto por um prazo de três meses, e embora seja um projeto para a população que vive na rua, devido o isolamento social recomendado pela OMS, muitas pessoas que trabalhavam como vendedores ambulantes, artesãos de rua e também presidiários que foram liberados das prisões, aderiram ao projeto Canto da Rua para suprir as suas necessidades básicas de sobrevivência. A ação foi continuada sob o financiamento da prefeitura após ser finalizada pelo Unibanco, se estendendo até o início de dezembro.
Para avaliar a eficácia do Projeto, foram priorizados os relatos das pessoas cadastradas, dos técnicos contratados e com alguns voluntários, além das observações do pesquisador registradas em diários de campo. Foi possível constatar que o Canto da Rua é uma alternativa humanística para a população em estado de vulnerabilidade social, que não têm endereço fixo e nem recursos suficientes para ter o direito ao isolamento social e manter a higiene como medida preventiva ao Covid-19.
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