Avaliação: Pueblos indigenas, afrodescendientes, Políticas estatales y reconfiguraciones territoriales en torno a la extracción de recursos naturales. – Retomada Pankaxuri: reivindicação étnica e territorial na Cachoeira do Tamanduá, Alagoas, Brasil

O trabalho aborda a trajetória de uma família extensa Pankaxuri que protagoniza, junto a outras famílias de diferentes grupos étnicos, a retomada da área denominada Cachoeira do Tamanduá, localizada no município de Palmeira dos Índios, estado de Alagoas, Brasil. Trata-se de uma área declarada de interesse social para fins de reforma agrária e sobre a qual tramita um processo judicial há quase vinte anos – até hoje sem desfecho - envolvendo o INCRA e a FUNAI entre outros órgãos e agentes em disputa. A comunicação abordará a dinâmica territorial impulsionada pela busca de recursos, pelos conflitos interfamiliares vivenciados na Terra Indígena Xukuru-Kariri e pelas relações de poder assimétricas em sucessivos contextos de dominação; bem como as estratégias de articulação entre famílias indígenas “desaldeadas” que residem na periferia de Palmeira dos Índios, em outras áreas do estado de Alagoas e fora dele. A análise versará na reconfiguração sociocultural e política dessas famílias que empreenderam um processo de autonomização que culminou na produção de uma nova fronteira identitária étnica e na reivindicação da área mencionada. Essa mobilização corresponde a mais uma empreitada da principal unidade familiar em luta pela terra, após décadas de tentativas para integrar-se à terra indígena Xukuru-Kariri e tem o intuito de afastar-se definitivamente da condição de “desaldeados” – classificação colonial que vigora na distribuição da assistência aos indígenas e que implicou, e ainda implica, a negação de seu reconhecimento e de seus direitos. Destaca-se que a própria experiência na retomada vem permitindo a elaboração de um projeto coletivo - atrelando valores tradicionais e fontes inovativas de luta política - para ‘sair da rua’ e viabilizar a ‘volta dos parentes’ à terra, oferecendo-lhes as almejadas condições para o reestabelecimento da cooperação cotidiana e a relação com a terra e suas entidades, os Encantados, considerados os únicos e legítimos ‘donos da terra’.

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