Avaliação: América y la colonización; indios, mestizos y europeos. – Historiografia dos povos indígenas no interflúvio dos rios São Francisco e Tocantins

Os povos indígenas sempre tiveram participação ativa nos acontecimentos políticos e sociais que ocorreram no Brasil, desde os períodos colonial, imperial e republicano, até a história recente do país. Todavia, tanto a historiografia brasileira como a mineira, tornou os povos indígenas como invisíveis e inexistentes, assim como os estudos demográficos sobre as populações locais que, em geral, desconhecem sua presença e seu papel no desenvolvimento político e social regional. Neste contexto, a presente pesquisa objetivou desenvolver um estudo sobre os processos históricos, políticos e socioculturais vivenciados pelos povos indígenas do oeste de Minas Gerais, no interflúvio dos rios São Francisco e Tocantins. Até o início do século XVIII, os povos indígenas eram maioria no território mineiro, no entanto, foram reduzidos à minoria até o final do século. Nesse contexto, os grupos que habitavam a região compreendida entre o interflúvio dos rios Tocantins e São Francisco à época da colonização portuguesa foram aldeados, perseguidos, massacrados, forçados à migrar, além de terem suas relações sociais transformadas devido a presença do colonizador. No entanto, buscaram reconstituir as perdas causadas pelo contato, além de gerarem saberes estratégicos para si. Esses povos protagonizaram processos de resistência ao guerrear contra colonizadores; ao inserirem-se na sociedade colonial para defender seus direitos relacionados à posse da terra por meio de releituras dos comportamentos e dos processos dessa sociedade; ao formarem alianças com demais grupos que não aceitavam a autoridade colonial, o que gerou uma complexa rede de sociabilidades dentro do universo colonial. Na pesquisa realizada, procuramos apresentar os registros sobre as experiências vivenciadas por povos indígenas na área de estudo, sendo importante observar que foram identificadas lacunas em função da dificuldade de acesso a fontes históricas, notadamente aquelas de origem indígenas.

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