Avaliação: Dinâmicas de áreas urbanas não metropolitanas: pequenas cidades/localidades, seus papéis e significados contemporâneos – Dinâmica socioespacial e declínio demográfico em municípios com pequenas localidades no Norte do Paraná

Se tomarmos por referência os últimos 50 anos em municípios do setentrião paranaense podemos apreender as intensas transformações ocorridas e como isso se expressa na dinâmica demográfica. Independentemente do recorte territorial adotado um conjunto grande de municípios apresenta intenso declínio demográfico. Como assinalamos em trabalhos anteriores (ENDLICH, 2009) essa é uma área marcada por superlativos demográficos, ora o crescimento foi intenso e rápido no processo de ocupação capitalista efetiva, ora houve um intenso processo de perda populacional em decorrência das transformações socioespaciais ocorridas em decorrência das mudanças econômicas. É muito comum que se fale em êxodo rural, mas temos observado que se tratou de um êxodo de escala regional, em especial na década de 1970-1980 e que seguidamente, desde então, tem sido uma dinâmica contínua em significativa parte de municípios cujas sedes urbanas são pequenas localidades. Tal processo decorre da substituição de cultivos e de todo um arranjo produtivo baseado em pequenos estabelecimentos agropecuários e uso intensivo de trabalho, o que representava uma economia socialmente absorvedora, marcada pela possibilidade de geração de renda e empregos. Este prossegue como um grande desafio quanto à reversão econômica na perspectiva social, em especial nas pequenas localidades. Neste trabalho, temos como objetivo enfocar municípios em que a persistência dessa tendência tem se mostrado de modo mais grave, utilizando dados dos últimos levantamentos demográficos realizados. No recorte da Região Intermediária de Maringá, com 115 municípios em sete regiões imediatas, sublinhamos municípios cujos dados demonstram um declínio demográfico superior inclusive às projeções realizadas. Lembramos a dimensão qualitativa da análise, ao considerarmos que estes são espaços sociais, onde a vida se realiza para significativa parte da sociedade, constituem os seus lugares, ainda que bastante invisibilizados.

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