Dados do autor
NomeRuy Figueiredo
E-mail do autorEmail escondido; Javascript é necessário.
Sua instituiçãoUniversidade do Estado do Rio de Janeiro / Universidade Federal do Espírito Santo UERJ / UFES
Sua titulaçãoDoutorando
País de origem do autorBrasil
Dados co-autor(es) [Máximo de 2 co-autores]
Proposta de Paper
Área Temática16. História
Grupo TemáticoMÍDIA
Título“Eu – o cabo submarino, me ufano do teu destino”: narrativas de conexão e disrupção infraestrutural no Grão-Pará (1870-1880)
Resumo

A arqueologia da rede de cabos submarinos, conforme proposta por Nicole Starosielski, deriva do recente interesse dos estudos de mídia por questões que atravessam o conceito de infraestrutura. O que mobiliza tal agenda de pesquisa são afetos, imaginários e inteligibilidades infraestruturais que podem estar passando despercebidos por programas de pesquisa focados apenas no conteúdo das mídias e não em suas infraestruturas de distribuição.

Para Starosielski, o “espectro de afetos que as tecnologias de cabo submarino tiveram – apoiando mudanças democráticas e construindo impérios – raramente vem à superfície a não ser que esteja adequado à duas estruturas narrativas”: narrativas de conexão, que começam com a concepção do cabo e se estendem à sua instalação; e narrativas de disrupção, que enquadram medos culturais e água como forças que ameaçam dissolver a comunicação humana. Essas duas estruturas reforçam a invisibilidade dos sistemas de cabos na esfera pública e, com isso, tais sistemas apenas vêm à superfície da inteligibilidade quando enquadrados em interesses de negócios opacos.

O artigo, portanto, apresenta arquivos de periódicos das décadas de 1870-1880 da província do Grão-Pará e que trazem à superfície narrativas de conexão e disrupção, imaginários locais e inteligibilidades sobre a presença em Belém do primeiro cabo submarino à conectar a Europa com a América do Sul, em um sistema que começou a operar em 1874. O que emerge envolve abolicionismo, arte, “putaria com Neptuno”, positivismo imperial seguido de desilusão pré-republicana, religião e a presença de grandes personalidades da história global da indústria dos cabos submarinos.

Não obstante o ponto de vista fundamentado na arqueologia das mídias e das redes, o artigo colabora com a história cultural de Eduardo Silva em seu texto "Law, Telegraph and Festa", onde se emaranham as transformações culturais da década de 1880 com a tecnologia do cabo submarino e a abolição nacional de 1888.

Palavras-chave
Palavras-chave
  • Cabo Submarino
  • Infraestrutura
  • Pará
  • Império
  • Artes