Dados do autor
NomeJoão Gabriel da Silva Ascenso
E-mail do autorEmail escondido; Javascript é necessário.
Sua instituiçãoUniversidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ
Sua titulaçãoDoutorando
País de origem do autorBrasil
Dados co-autor(es) [Máximo de 2 co-autores]
Proposta de Paper
Área Temática19. Movimientos Sociales
Grupo TemáticoMovimientos sociales, naturaleza e historias de resistencia: voces de encuentros y desencuentros en las fronteras vivas de América.
TítuloO movimento indígena brasileiro contra a construção de uma “paisagem unívoca”
Resumo

A construção do Brasil enquanto Estado nacional não escapou aos princípios da civilização ocidental e de suas noções fundamentais de progresso e desenvolvimento. O universalismo advogado operava com diversas formas de exclusão binárias, do tipo “natureza e cultura” e “civilização e barbárie”, levando a uma proscrição da alteridade, fosse essa alteridade o sujeito de outra cultura – o indígena, por exemplo –, fosse o próprio espaço natural não “dominado” pela produção capitalista. Ao longo do século XX, diversos projetos tentaram assimilar, simultaneamente, o índio à sociedade nacional e as áreas de floresta (notadamente amazônicas) às formas de exploração. A partir do fim dos anos 1960 e do início dos anos 1970, esse processo se acelerou muito. Diversos projetos de integração foram lançados pela ditadura militar, como o Programa de Integração Nacional (PIN), levando a construção de muitas estradas, usinas hidrelétricas e empreendimentos mineradores e agropecuários.
Foi nesse momento, também, que os diversos povos indígenas do Brasil começaram a ser organizar em uma perspectiva “pan-indígena”, desenvolvendo diversas estratégias de resistência, que iam da ação direta contra fazendeiros ao associativismo, da pressão aos órgãos de Estado em Brasília a campanhas parlamentares, culminando em uma série de garantias expressas na Constituição de 1988. A presente comunicação tem como objetivo analisar as formas como as cosmologias indígenas e sua cosmopolítica ofereceram formas originais de se opor ao que caracterizo como o projeto de formação de uma “paisagem unívoca”, dentro da qual o Estado buscava apagar e explorar como matéria prima a diversidade de mundos habitados pelos seres da floresta (cuja humanidade era reconhecida pelos povos tradicionais). Busca também explorar a forma como lideranças indígenas deram significado a esse processo e à sua memória, notadamente Davi Kopenawa Yanomami e Ailton Krenak.

Palavras-chave
Palavras-chave
  • movimento indígena
  • natureza
  • desenvolvimento
  • cosmologias
  • ditadura militar brasileira