Dados do autor
NomeFernanda Aires Bombardi
E-mail do autorEmail escondido; Javascript é necessário.
Sua instituiçãoUniversidade de São Paulo USP
Sua titulaçãoDoutorando
País de origem do autorBrasil
Dados co-autor(es) [Máximo de 2 co-autores]
Proposta de Paper
Área Temática16. História
Grupo TemáticoHistoria de los pueblos amerindios: Tiempo y Memoria. Producción de conocimiento, semántica histórica y diálogo de sentidos
TítuloGente de comércio, gente de guerra: redes comerciais indígenas e a grande guerra justa promovida contra os manaos (1680-1747)
Resumo

Ao longo do século XVII, alguns grupos indígenas se destacaram no comércio de produtos europeus e nativos, conectando vastos territórios amazônicos em redes multidirecionais. O eixo central deste comércio localizava-se no Médio Amazonas, para onde vários grupos indígenas se direcionavam a fim de estabelecer trocas com grupos intermediários. Em narrativas coevas, os manaos foram descritos como uma das populações que produziam os nós que integravam essas redes. Em finais do século XVII, o grupo estabelecia franco comércio com yurimáguas e omáguas dos rios Solimões e Napo, com os guaranacuas do rio Branco – que comerciavam com holandeses e ingleses – e com seus vizinhos taromases do baixo rio Negro, que comerciavam com os caripunas e estes, por sua vez, com os franceses de Caiena. Além de comerciantes, foram apresentados como hábeis guerreiros, temidos pelas populações vizinhas. No início do século XVIII, também eram importantes aliados dos portugueses, com quem negociavam quantidades consideráveis de prisioneiros. Essas alianças, entretanto, foram sendo rompidas a partir de 1720 em uma sequência de enfrentamentos. Como resultado, o Tribunal da Junta das Missões do Estado do Maranhão e Grão-Pará autorizou em 1724 a realização de uma grande guerra justa contra o grupo que, atipicamente, seguiria ativa por anos e que teria sido responsável pela morte e escravização de milhares de indígenas. O objetivo desta comunicação é analisar a relação entre as práticas comerciais dos manos, nomeadamente o comércio de prisioneiros indígenas, e as motivações e justificativas que levaram à deflagração da guerra por parte da administração portuguesa. Buscamos, complementarmente, compreender a consequência dessa guerra nas redes de comerciais indígenas e na dinâmica de aprisionamento e escravização de ameríndios pelas tropas de resgates organizadas pelos colonos, movimento que possibilitou um incremento inédito no número de índios escravizados na Amazônia de colonização portuguesa

Palavras-chave
Palavras-chave
  • Manaos
  • Guerra justa
  • Redes comerciais indígenas
  • Amazônia Portuguesa
  • Escravidão