Avaliação: MÚSICAS POPULARES DE LAS AMÉRICAS Y EL CARIBE. Procesos de transformación de las músicas locales en la globalización. – Narrativas Cosmopolitas nas Canções de Jorge Drexler

O paper, a partir da obra do artista uruguaio Jorge Drexler, revela transformações nas narrativas da música popular na América Latina supostamente movidas por mudanças nas formas de vida social. Essas mudanças, em muito provocadas pelos aspectos culturais da globalização, afastam a música latino-americana da expressão exclusiva de uma ordem tradicional, aproximando-a de contextos multiculturais (AROCENA,2012) e cosmopolitas (APPIAH, 1998; HANNERZ, 1994, 2004, 2006). Os processos globais, ao que se pode supor, contribuíram grandemente para transformação da ideia de cultura vinculada a um território e de indivíduos – dentre eles os compositores, músicos, arranjadores, instrumentistas – vinculados restritamente a significados nacionais.
Jorge Drexler, em canções como Movimiento, Todo se Transforma; Milonga del Moro Judio, Frontera; Disneylandia, dentre outras, revela a produção de uma música popular contemporânea na América Latina marcada pela abertura estética para percorrer sistemas de significados que são a um só tempo locais e globais.
A análise dessas canções, que se propõe a apresentar neste trabalho, aponta para um processo criativo que recusa antigas formas musicais consolidadas, em favor de nova linguagem e estética. Nessas canções o que se canta é uma pluralidade de expressões culturais coexistentes na experiência individual do artista e cada vez mais na vivência de sujeitos contemporáneos impulsionados por mobilidades, desencaixes e encontros com outras constelações culturais, hora conflitantes, hora intercambiáveis. Quando ultrapassa os horizontes da sua cultura, a música de Drexler nos transporta para uma paisagem sonora situada em cruzamentos vibrantes, provocados por intensa mobilidade de formas musicais, arranjos, timbres e poesia, expressões hibridas (CANCLINI,2011) que muito nos revelam sobre processos de construção de uma possível identidade cultural plural, cosmopolita e descentrada.

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