Dados do autor
NomeMarília Ariza
E-mail do autorEmail escondido; Javascript é necessário.
Sua instituiçãoDepartamento de Antropologia - Universidade de São Paulo USP
Sua titulaçãoPós-Doutorado
País de origem do autorBrasil
Dados co-autor(es) [Máximo de 2 co-autores]
Proposta de Paper
Área Temática16. História
Grupo TemáticoInfancia y sus múltiples historias en las Américas y Caribe
TítuloRaça e infância: representações sociais no Império do Brasil e início da República
Resumo

Esta comunicação pretende abordar a produção simbólica da infância negra no Brasil entre o século XIX e início do XX por meio da análise de suas representações na cultura visual e discursos médico e jurídico. Trata-se de discutir os diálogos e tensões entre infância, enquanto categoria social de crescente importância ao longo do Oitocentos, e raça, como marcador de diferença fundamental no contexto do Brasil escravista e pós-abolição, considerando como a infância negra, cuja existência foi simbolicamente negada pelas estruturas de reposição da mão de obra escrava dominantes até a metade do século, conviveu com a valorização desta categoria no processo de aburguesamento da sociedade imperial. Nesse contexto, a infância moderna ideal, branca e masculina, espinha dorsal da família modelar – metáfora da própria sociedade – foi matriz de representações sociais racializadas e hierarquizantes que desenharam os contornos simbólicos da infância negra e informaram práticas de subalternização.
A pesquisa, em curso, vale-se primeiramente da análise de representações visuais da infância, notadamente em fotografias e pinturas produzidas ao longo do período analisado, apoiando-se na apreensão das imagens como elementos constitutivos de culturas visuais – isto é, da construção social do campo visual e, no sentido inverso, da construção visual do campo social – no interior das quais articulam-se processos de diferenciação orientados por marcadores sociais diversos, submetidos a historicidades e relações de poder. Neste sentido, considera representações visuais de crianças negras e, em perspectiva complementar e contrastiva, brancas, investigando a construção de discursos visuais sobre a infância articulados a marcadores raciais. Adicionalmente, recorre-se à análise de fontes médicas (teses das Faculdades de Medicina oitocentistas) e jurídicas (ações cíveis), campos privilegiados de normatização e controle social da infância entre o final do século XIX e o início do século XX.

Palavras-chave
Palavras-chave
  • infância
  • raça
  • representações