Dados do autor
NomeMagno Francisco de Santos
E-mail do autorEmail escondido; Javascript é necessário.
Sua instituiçãoUniversidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN
Sua titulaçãoDoutor
País de origem do autorBrasil
Dados co-autor(es) [Máximo de 2 co-autores]
Proposta de Paper
Área Temática06. Cosmovisões e Sistemas Religiosos
Grupo TemáticoReligiões e religiosidades no Brasil: perspectiva histórica e contemporânea
Título"A Questão de São Cristóvão": querelas entre os missionários franciscanos da Saxônia e os terceiros do Carmo em Sergipe (1895-1920)
Resumo

O início do período republicano foi permeado pela emergência de inúmeros conflitos religiosos envolvendo o clero e os leigos. Em grande parte, tais querelas tinham como lastro a disputa acerca dos bens religiosos e a gestão dos santuários de devoção popular. Com a extinção do padroado régio e, consequentemente, o fim do custeio das atividades religiosas pelo Estado brasileiro, nos idos de 1890, o clero brasileiro passou a promover ações voltadas para o reordenamento das devoções, com a solicitação de entrada de religiosos estrangeiros para reabrir os antigos conventos e promover a administração dos santuários.
Neste trabalho, temos como foco a atuação dos frades franciscanos da Saxônia no âmbito da Freguesia Nossa Senhora da Vitória de São Cristóvão, primeira capital de Sergipe e santuário da maior romaria do estado, devotada a imagem do Senhor dos Passos. A atuação dos religiosos alemães foi permeada por conflitos, emergidos ainda no final do século XIX envolvendo o clero carmelita e os irmãos leigos. Com a presença dos frades da Saxônia, a situação tornou-se ainda mais delicada, pois os religiosos, imbuídos de um olhar missionário, entendiam as práticas devocionais como resquícios do paganismo e que deveriam ser extirpadas.
A denominada "Questão de São Cristóvão" revela alguns elementos que servem como lume para o entedimento do processo de reforma devocional católica no Brasil, como a necessidade do clero em reconstruir alianças, a resistência de determinados segmentos sociais com a defesa do patrimônio religioso e os usos da justiça para a resolução dos impasses com os defensores do catolicismo de irmandade. Percebe-se, como tais ações reformistas desarticularam as práticas devocionais geralmente conduzidas por homens leigos integrantes de confrarias, irmandades e ordens terceiras, com a gradativa substituição por novos movimentos religiosos constituídos por mulheres e dirigidos pelos párocos.

Palavras-chave
Palavras-chave
  • Reforma devocional católica
  • São Cristóvão
  • Romaria