Dados do autor
NomeLuiza Spínola Amaral
E-mail do autorEmail escondido; Javascript é necessário.
Sua instituiçãoUniversidade de Brasília UnB
Sua titulaçãoPós-Doutorado
País de origem do autorBrasil
Dados co-autor(es) [Máximo de 2 co-autores]
Proposta de Paper
Área Temática15. Filosofia e Pensamento
Grupo TemáticoCultura, ideas e intelectuales de nuestra América - Cultura, ideias e intelectuais de nossa América
TítuloVozes Barrocas: contribuições de Amálio Pinheiro e Jerusa Pires Ferreira para o estudo dos ritmos e dos sons nos movimentos da cultura brasileira
Resumo

Jerusa foi uma estudiosa das oralidades; Amálio pesquisa a cultura/natureza na América Latina. Ambos foram amigos, professores na PUC-SP e tradutores, inclusive, de Paul Zumthor. A força da voz e da oralidade nos movimentos da cultura foi tema de interesse dos três pensadores supracitados. Zumthor é considerado um dos principais pesquisadores a inserir a comunicação do corpo e da voz no âmbito de estudos da linguagem; Jerusa, nos seus estudos e análises reforça a presença e a permanência da voz, que invade as escrituras e as formas narrativas brasileiras, regionalizando, por meio de processos tradutórios, inclusive rítmicos e musicais, as histórias dos contos universais. Amálio, enquanto poeta, tradutor e pesquisador das vanguardas poéticas latino-americanas, observa nos elementos rítmicos e musicais das nossas línguas a presença sonora das paisagens, reforçando a relação entre corpo e paisagem. O interesse aqui se volta, portanto, para a sensibilidade acústica que os três estudiosos mantêm nas suas propostas teóricas, no intuito de ressaltar, não apenas a relevância sonora e rítmica do continente, mas, também, o aspecto mestiço de nossas vozes e sua reverberação por todos os códigos. As noções de “tecido fáustico” e “cultura das bordas” em Jerusa se cruzam com as ideias de “arquipélago mestiço” e “camadas barrocas” em Amálio Pinheiro, como aponta: “a obra de Jerusa Pires Ferreira é orgânica e dinâmica como um arquipélago mestiço fortemente articulado, de tal modo que as peças/ilhas participantes dão sua vida à alegria do conjunto semovente e plural interligado” (2020, p.27). A nosso ver, a permanência das vozes aqui possibilita essa articulação intensa, de modo diacrônico e sincrônico, que integra as camadas tectônicas à superfície plana dos textos da atualidade. Segundo a terminologia de Zumthor, trata-se da cultura de “ritmo rápido”, onde predominam os ritmos da poesia oral, agregando formas migrantes e imigrantes, vozes e gestos díspares que buscam contaminação.

Palavras-chave
Palavras-chave
  • Amálio Pinheiro
  • Jerusa Pires Ferreira
  • Oralidade
  • Som
  • Cultura brasileira