| Resumo | A proposta de Grupo de Trabalho oferece possibilidades de diálogos multidisciplinares e debates sobre a formação populacional e os desenhos das fronteiras da América Latina.
Durante o séc. XVI, a região da Bacia do Prata não fora efetivamente ocupada, diferentemente das terras costeiras. As expedições ao interior tinham caráter de reconhecimento, apenas com incursões esporádicas de aventureiros. Este espaço somente passou a ser colonizado a partir da fixação dos jesuítas nas chamadas reduções, tarefa confiada pelo governo espanhol com o objetivo de que assumissem a região distante do litoral, situada em meio ao caminho das minas de Potosí, e nas linhas além de Tordesilhas.
As missões, em seu início, experimentaram uma série de dificuldades, porém, a partir do momento que receberam apoio do governo da Espanha e transferiram-se mais ao sul, experimentaram um florescimento material notável, que perdurou por quase um século. Quando o território sul-americano foi negociado pelas coroas ibéricas, deu-se a derrocada da organização social que marcou a população Guarani ao longo do período colonial.
Os Guarani são agricultores, caçadores e ocupantes deste amplo espaço desde os tempos pré-colombianos, cujas mudanças se dão para a recuperação da fauna e flora após tempos de uso contínuo. Denominam os lugares que ocupam de tekoha - espaço onde se efetiva o teko, modo de ser que engloba as interações sociais de grupos familiares que vivem e se relacionam em um lugar determinado). Em comparação aos territórios tradicionais, verifica-se uma significativa redução em relação à própria morfologia social dos grupos, com terras exíguas na relação famílias/espaço.
Objetiva-se analisar a ligação das práticas culturais Guarani quanto ao social e geográfico e a transformação histórica ocorrida desde os primeiros contatos com os colonizadores sua modificação em espaço legitimado pelo Estado impedindo a fruição dos meios necessários ao território e à garantia das práticas tradicionais
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