AutorEda Góes
Sua instituiçãoUniversidade Estadual Paulista UNESP
Co-autorCarme Bellet
Instituição co-autorUniversidade de Lleida - Catalunha
Área Temática14. Estudos Sociais
TítuloFragmentação, diferenciação e desigualdade socioespacial: desafios da urbanização contemporânea
Resumo

A diferenciação socioespacial vem se aprofundando, a desigualdade vem crescendo e apontam para a constituição do processo de fragmentação socioespacial na cidade contemporânea, a despeito das diferenças em relação às escalas, vetores, ritmos, formas e conteúdos. A origem do processo de fragmentação está vinculada à predominância de lógicas e subjetivações neoliberais que se antepõem à ideia de direito à cidade. Nos estudos urbanos, a fragmentação é um processo que começa a comparecer no final dos anos 1980 e se estabelece com a desconexão física, às descontinuidades morfológicas, à retirada comunitária, às lógicas exclusivas, à dispersão dos agentes e a autonomização de dispositivos de gestão e regulação urbana. O processo ocorre em realidades metropolitanas, onde se expressa como homogeneização de espaços e pessoas que se combina com os esforços de diferenciação entre àqueles que constroem barreiras materiais e adotam estratégias de separação e controle em relação aos outros, mas também nas cidades médias, com rebatimento no aumento de suas extensões territoriais, opostamente ao enfraquecimento das relações entre citadinos, como pesquisas mais recentes vêm demonstrando. Convidamos os participantes desse simpósio a apresentar resultados de pesquisa que ajudem a compreender, no plano da cidade e do urbano, como a lógica socioespacial fragmentária altera o conteúdo da diferenciação e das desigualdades, redefinindo os sentidos do direito à cidade, especialmente no que se refere: 1. à passagem da lógica socioespacial centro-periférica para a lógica socioespacial fragmentária; 2. à interpretação da fragmentação socioespacial por meio das formas contemporâneas de diferenciação e desigualdade, a partir das mudanças nas práticas associadas ao cotidiano urbano; 3. aos desdobramentos da lógica socioespacial fragmentária sobre o par espaço público/espaço privado e 4. ao papel das instituições políticas e dos agentes econômicos hegemônicos sobre esses processos.

Palavras-chave
  • Fragmentação socioespacial
  • diferenciação socioespacial
  • práticas espaciais
  • lógicas neoliberais
  • direito à cidade