Resumo | O patrimônio cultural, enquanto discurso e campo, tem suas bases na modernidade ocidental
e, por conseguinte, suas raízes relacionam-se com um ideário nacionalista e colonialista. Como
possibilidade de narrativa sobre o passado estruturado na integração entre memória,
identidade e (i)materialidade apresenta desafios para o contexto ibero-americano, no que se
refere à gestão de referências patrimoniais de alta carga simbólica para diferentes segmentos
sociais, os quais nominamos “patrimônio sensível”. Remanescentes humanos e objetos rituais
expoliados e apresentados em museus, sítios constituídos pelo apagamento e disputas de
memórias, pelas marcas da violação dos direitos humanos e pela violência explícita a um grupo
social específico são hoje bens culturais forte e dramaticamente disputados por grupos, seja
pela autoridade e legitimidade na construção de narrativas sobre eles, seja pela posse e
repatriação. O objetivo desta sessão é abrir um espaço de discussão sobre as possibilidades de
encontros e diálogos no contexto ibero-americano com vistas a refletir sobre as construções
narrativo-simbólicas do passado comum com vistas a um presente e um futuro sob bases
inclusivas.
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