Dados do autor
Sua instituiçãoUniversidade de São Paulo USP
País de origem do autorBrasil
Dados co-autor(es) [Máximo de 2 co-autores]
E-mailEmail escondido; Javascript é necessário.
Nome completoMaría Elena Infante-Malachias
Sua titulaçãoMestrando
TitulaçãoPós-Doutorado
País de origem do co-autorChile
InstituiçãoUniversidade de São Paulo USP
Proposta de Paper
Área Temática15. Filosofia e Pensamento
Grupo TemáticoTransformación del pensamiento en América a partir de la educación emancipadora, en el contexto contemporáneo
TítuloO movimento de ocupação das escolas secundaristas brasileiras: Uma leitura a partir da biologia do conhecer de Humberto Maturana
Resumo

Fazemos aqui uma leitura do movimento de ocupação de escolas por estudantes secundaristas durante o ano de 2015 em São Paulo, Brasil. A análise foi realizada a partir da teoria da Biologia do Conhecer formulada por Humberto Maturana. Nosso objetivo foi investigar como a participação política em um movimento de ocupação de escolas pode ressignificar a compreensão sobre as configurações relacionais dos sujeitos. Para obtenção e análise de dados realizamos grupos focais em 2018 com alguns participantes do movimento. Para compreender os relatos obtidos utilizamos os princípios da cartografia social e, de acordo com esta, a leitura não pode estar distante das relações, movimentos e trajetórias tensionadas pelas forças políticas dos contextos em que estão inseridos seus participantes. Nesta perspectiva, sendo a educação uma tarefa que se cumpre através da ação de adultos, assumindo um compromisso público e sendo a escola uma instituição criada para que se cumpra essa tarefa, todas as medidas que possam degradar a relação social e amorosa entre eles e os mais jovens são, consequentemente, medidas de degradação do mundo comum e da própria humanidade. O movimento de ocupação de escolas surpreendeu a todos por, entre tantas coisas, seu caráter autônomo. A análise a partir de Maturana provoca a reflexão sobre as relações entre o fenômeno social, as suas raízes biológicas e a necessidade dos sujeitos de serem vistos em seu protagonismo no acoplamento estrutural que se gera nas relações por eles estabelecidas. Os estudantes demonstraram profundo engajamento, solidariedade e senso de comunidade contra todo tipo de autoritarismo, assumiram responsabilidades considerando a legitimidade do outro nas suas ações. Mesmo que lhes faltassem conhecimentos específicos sobre política, democracia e direito, a própria experiência de vida, a capacidade de julgamento, o pensamento e o diálogo puderam guiá-los aos caminhos de luta por justiça e por uma educação mais humana.

Palavras-chave
Palavras-chave
  • Ocupação de escolas
  • Biologia do Conhecer
  • Protagonismo juvenil
  • Humberto Maturana
  • Transformação do pensamento