Avaliação: Regímenes de terrorismo de Estado, el sur del continente americano – A influência da ESG na construção do aparato repressivo chileno (1964-1973)

O trabalho tem como objetivo investigar a influência brasileira na construção do sistema repressivo da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). Sobretudo como a ESG orientou nesse processo. Há trabalhos que permitem conhecer o envolvimento do governo brasileiro na preparação do golpe militar, no entanto pouco é estudado a respeito de como o país continuou cooperando com a ditadura. Como demonstrado na obra de Muniz Bandeira (A formula para o Caos) o Brasil enviou ajuda econômica e alimentícia no pós-golpe, mas além disso, também enviou agentes do DOI-CODI para treinar os militares chilenos, e, a partir da sua presença, “apresentaram” o sistema repressivo brasileiro de modelo para a construção da DINA. Os brasileiros foram enviados a Santiago, sobretudo, para ensinar: técnicas de interrogatório, métodos de tortura e na sistematização de um sistema de informação.

A Escola Superior de Guerra foi a precursora na América Latina da incorporação da Doutrina de Segurança Nacional na década de sessenta, no entanto, a escola se especializou na luta contrarrevolucionária e viabilizou a construção de um modelo repressivo eficiente para combater o inimigo interno, atendendo as necessidades de segurança dos países sul-americanos naquele contexto. Partindo da instrução da escola francesa, o fundamental na luta contraguerrilhas era um bom sistema de informação o que garantiu a criação oficial do Sistema Nacional de Informação (SNI), e mais ainda os DOI-CODI que atuavam de maneira regional no período mais repressivo do país. Esse sistema de repressão, por sua eficácia no combate a subversão, foi enviado aos países sul-americanos, sobretudo Chile e Uruguai, mas especificamente o Chile, objeto de estudo deste trabalho, no qual utilizou de modelo para a criação do seu principal órgão de repressão.

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