Dados do autor
Sua instituiçãoUNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO UFRRJ
País de origem do autorBrasil
Dados co-autor(es) [Máximo de 2 co-autores]
Sua titulaçãoPós-Doutorado
Proposta de Paper
Área Temática01. Antropologia
Grupo TemáticoIdeas, prácticas y objetos que viajan. Los aportes de los estudiosos germano-parlantes al desarrollo de la antropología en América Latina (siglo XIX-XXI)
TítuloA REPATRIAÇÃO DO CRÂNIO DO BORUM KUÊK DA ALEMANHA PARA O BRASIL E SEUS SIGNIFICADOS HISTÓRICOS E ANTROPOLÓGICOS
Resumo

Persuadido pelo antropólogo físico e zoólogo Johann Friedrich Blumenbach (1752 -1840) – realizador de estudos craniológicos sobre as raças humanas e seu mentor na Universidade de Göttingen –, assim como pelo próprio naturalista Alexander von Humboldt (1769 - 1859), o príncipe Maximilian Alexander Philipp zu Wied-Neuwied aportava no Rio de Janeiro em julho de 1815 – véspera da queda de Napoleão na Europa – para iniciar sua expedição pioneira: em dois anos, iria percorrer as capitanias de Minas, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. Como despojo de uma guerra ofensiva decretada contra os “botocudos antropófagos” em 1808 pelo príncipe regente de Portugal, Maximilian de Wied adquiriu o Borum Kuêk quando ele contava aproximadamente 12 anos. Kuêk passou a servi-lo em sua missão pioneira de descrever e classificar humanos e não-humanos presentes nos ambientes pelos quais expedicionou, de predomínio de Mata Atlântica. Renomeado Joachim Quäck pelo príncipe e levado a viver no castelo de Neuwied – “pátria” do príncipe às margens do rio Reno, então anexada ao reino da Prússia –, o borum atuou como auxiliar da escrita etnográfica e como exemplar (vivo e/ou morto) das peripécias do viajante. Durante toda a expedição do aristocrata naturalista, Kuêk cumpriu as funções de caçador, remador, bagageiro: “dentro das florestas rareadas de Belmonte, Quäck fornecia caça, armava arapucas, apanhava aves, desentocava animais, pescava, nadava, dançava...” Após uma vida curta e sua morte trágica, o crânio de Kuêk ficou depositado no Museu de Anatomia da Universidade de Bonn, de onde saiu em 2011 para ser repatriado para o Brasil. Além da descrição etnográfica dos fatos envolvidos na vida de Kuêk e a repatriação de seu crânio, a comunicação aborda temáticas relativas à história dos índios no Brasil, à história da Antropologia e aos processos de repatriação de restos humanos – considerados uma via para o acerto de contas com o passado colonial.

Palavras-chave
Palavras-chave
  • repatriação
  • botocudos
  • Maximilian de Wied-Neuwied
  • história indígena