Avaliação: Políticas de Educação para Jovens e Adultos em tempos de pós-pandemia e de retrocessos políticos na latino-américa / Políticas educativas para jóvenes y adultos en tiempos de reveses post pandemia y políticos en América Latina – A pandemia e o direito à educação

A pandemia ampliou e deu visibilidade ao distanciamento entre os poucos mais privilegiados e a grande maioria de nossa população empobrecida. A perda de familiares e conhecidos, a fome, o desemprego, a incerteza em relação ao futuro, a baixa escolaridade vêm impactando negativamente a vida de todos nós. A ausência de diálogo nos processos de educação e de formulação de políticas públicas interroga nossa prática pedagógica, os direitos sociais conquistados.
A Constituição Federal de 1988, Artigo 3º, anuncia a erradicação da pobreza e a redução de desigualdades sociais; o Artigo 205 afirma a educação como direito de todos e dever do Estado. No entanto, o acesso à educação, dimensão real da justiça social, não se realiza, muitos são, ainda, interditados. A educação, como direito público subjetivo está longe de ser realidade. Vivemos, porém, numa sociedade letrada, o que coloca em evidência a relevância da escolarização como forma de integração social, de luta e garantia por direitos. A interdição à educação exclui sujeitos humanos e nega, a estes, uma das possibilidades de apreensão e de atuação no mundo. Os processos de educação constituem uma forma de as pessoas se assumirem como sujeitos de direito e de se perceberem como produtoras de cultura. A apropriação do universo da leitura e da escrita ganha sentido de formação cidadã ao possibilitar a ampliação da leitura de mundo, ao oferecer meios de superação de visões ingênuas da realidade e de se comprometer com a criticidade. O momento atual, pós-pandêmico, revela a urgência de refletir e avançar nas pautas de direitos, principalmente, de populações quase sempre esquecidas pelas políticas públicas.

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