Dados do autor
Sua instituiçãoUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO USP
País de origem do autorBrasil
Dados co-autor(es) [Máximo de 2 co-autores]
E-mailEmail escondido; Javascript é necessário.
Nome completoJOSÉ FRANCISCO MIGUEL HENRIQUES BAIRRÃO
Sua titulaçãoDoutorando
TitulaçãoDoutor
País de origem do co-autorBrasil
InstituiçãoUniversidade de São Paulo USP
Proposta de Paper
Área Temática16. História
Grupo TemáticoO Atlântico Ibérico: diálogos socioculturais da modernidade à contemporaneidade
TítuloTradição e memórias da casa-grande: considerações etnopsicológicas sobre a aristocracia cafeeira no Brasil
Resumo

A branquitude, isto é, a perspectiva étnica e cultural da elite branca é uma realidade predominante no contexto acadêmico. Por ser um grupo pouco estudado, ponderamos sobre o que se mostra sem ser dito verbalmente, intrínseco à forma das relações. Para tanto, observo sabendo que sou observada. Assim, investigamos trajetórias de vida de familiares da aristocracia, membros de uma tradição que se consolida com maior avanço e prosperidade no Brasil em fazendas do Sudeste cafeeiro. A pesquisa etnográfica é guiada por técnicas da Psicanálise tendo como ponto de partida uma escuta-participante, visando conhecer a quem as informações podem ser ditas, ou seja, é necessário ocupar um lugar de proximidade e confiança para se ter algum diálogo e apreender sutilezas. Sendo integrante de uma das famílias estudadas, vivências como as dos avós de um dos pesquisadores contribuem para o objetivo, aprofundar o que se desconhece da população eurodescendente discutindo-se a dimensão que se expressa em ato, para além do conteúdo narrativo de tramas e personalidades históricas. Os resultados apontam para um tipo de masculinidade reforçado pelo mundo católico da nobreza luso-brasileira que tem na feminilidade uma imagem virtuosa associada à santidade, vista entre os talentos do bom gosto e trato finos. Isso se associa complementarmente ao dever carregado inter-geracionalmente nas famílias ditas “quatrocentonas” de cavalheiros, na medida em que o homem é quem manda, entendido como modelo a ser seguido pela mulher. Indica-se nesse estudo em andamento um espírito de liderança possivelmente marcado por um desejo estrutural de continuação do passado, em que o sobrenome recebido tem um estatuto ancestral e hierárquico de uma posição virtuosa para o homem de vida pública e para a mulher com destreza em seu estrato social, nos quais a imobilidade aparece como sinônimo de sucesso.

Palavras-chave
Palavras-chave
  • Branquitude
  • Memória social