Dados do autor
Sua instituiçãoUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO USP
País de origem do autorBrasil
Dados co-autor(es) [Máximo de 2 co-autores]
E-mailEmail escondido; Javascript é necessário.
Nome completoJOSÉ FRANCISCO MIGUEL HENRIQUES BAIRRÃO
Sua titulaçãoDoutorando
TitulaçãoDoutor
País de origem do co-autorBrasil
InstituiçãoUniversidade de São Paulo USP
Proposta de Paper
Área Temática09. Estudos Culturais
Grupo Temático"Memorias y (auto) biografias: teorias y prácticas" / “Memórias e (Auto) Biografias: teorias e práticas”
TítuloDiários de minha avó: considerações de uma pesquisadora membro do grupo pesquisado
Resumo

Sendo um dos pesquisadores membro de uma família tradicional integrante da aristocracia proprietária de fazendas de café no Sudeste do Brasil, características culturais dessa população são analisadas reflexivamente enquanto alguém interpretado pelo grupo pesquisado como “um de nós”, como semelhante. A proposta dessa pesquisa em desenvolvimento reúne considerações etnográficas ao realizar uma escuta participante, usando da Psicanálise a transferência como ferramenta para observar o que se enuncia em campo. A permissão de acesso aos diários da avó desse pesquisador, guardados pela família como um gesto de preservação de suas vivência, soma-se às entrevistas realizadas e à participação no contexto pelo cotidiano. A leitura feita da elite cafeeira se remete ao prisma do feminino. O lugar de parente compartilhado pelo sobrenome se associa às mulheres, de um lado, que dominam os segredos da etiqueta em torno da vida doméstica, vistos como dotes fundamentais para um “bom” casamento e pela ausência de trabalho físico, e de outro lado os atributos de homens correspondem à independência financeira, e sobretudo de caráter, como parâmetros considerados fiéis à tradição. A liberdade e a conquista se mostram no universo masculino enquanto elementos da nobreza também ligados ao amor, desatrelado do matrimônio, o qual confere aliança de estabilidade entre famílias. Com isso a lealdade romântica aparece em configurações não exclusivas. A espera, a aceitação e a bondade são virtudes católicas esperadas em relação ao universo feminino. Assim, a mulher nobre é percebida como devendo ser obediente, e a não-nobre num degrau inferior podendo aprender, admirar, imita-la, ou inveja-la, mas sem ocupar o lugar de iniciativa. Já a insubordinação estaria ligada à virilidade e seu estatuto de superior, entendido como doação a seus outros, não num sentido de dividir, mas de reiterar o excedente em contraste ao carente, reforçando o lugar de beneficiador em relação a quem é ajudado.

Palavras-chave
Palavras-chave
  • Etnopsicanálise
  • Memória social