Dados do autor | |
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Sua instituição | Universidade Estadual de Campinas UNICAMP |
País de origem do autor | Brasil |
Dados co-autor(es) [Máximo de 2 co-autores] | |
Sua titulação | Doutor |
Proposta de Paper | |
Área Temática | 01. Antropologia |
Grupo Temático | Brujería, demonología y muerte por daño. |
Título | Feitiçaria e vingança, a territorialidade dos Jamamadi do alto Purus |
Resumo | As crianças já tinham voltado da escola naquela manhã, em 2018, em minha segunda estadia em um aldeamento com os Jamamadi do alto Purus. Brincavam, tanto na varanda como ao redor da casa. Eu estava sentado no chão, dentro da igrejinha, distante alguns metros, encostado na parede de madeira, vendo-as, mas e de costas para a terceira casa do barranco. Nessa posição, escutei uma voz conhecida vindo da casa de trás, “você vem aqui, você chateia, você só chateia!”. Mais, os termos se misturavam, em português e na língua dos Jamamadi, em termos que eu não era capaz de distinguir. Entre um ruído e outro de objetos se arrastando na casa ao lado, ou batendo-se contra as tábuas, houve um breve silêncio. A mesma voz conhecida reapareceu, dessa vez só em português, “você vem aqui me falar da mãe dos meus filhos?!”. Ouvi outra voz em seguida, mas os termos vinham na língua indígena e pronunciados de maneira espaçada, havia mesmo uma interlocução na casa de trás. Ouvi a primeira voz mais uma vez: “meu irmão já dizia… meu irmão já tinha posto você para correr daqui... ele também não te queria aqui…”. Então ouvi agora passos fortes e rápidos na casa ao lado e as sentenças novamente claras na mesma voz, que falava em um tom de conversa, mas pouco amistoso: “Foi você então... foi você quem colocou, foi você quem fez feitiço para a morte de meu irmão! Ele está morto... foi você quem pôs feitiço para ele morrer!”. |
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