Dados do autor
Sua instituiçãoPontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC-SP
País de origem do autorBrasil
Dados co-autor(es) [Máximo de 2 co-autores]
Sua titulaçãoDoutor
Proposta de Paper
Área Temática15. Filosofia e Pensamento
Grupo TemáticoCultura, ideas e intelectuales de nuestra América - Cultura, ideias e intelectuais de nossa América
TítuloCésar Vallejo: americanismo e pensamento por oxímorons.
Resumo

Passados os 100 anos de Trilce (1922) e no centenário em curso de Escalas Melografiadas (1923), as teorias e práticas poético-políticas do poeta peruano continuam, mais que nunca, ativas. Seus poemas e escritos vários trazem à baila a necessidade de, por uma inflexão da “sensibilidad indígena” e não “voluntad indigenista”, situar-se fora da unidimensionalidade progressiva da história e das doxas duais, um lugar de correlação múltipla entre a autoctonia indo-americana e os chamados vanguardismos. Por isso esgrime com um pensamento trágico-alegre, desdobrado por procedimentos oximorônicos sempre acompanhados de variadíssimas paronomásias e aliterações, que parodiam os paradoxos, com ênfase nas tonalidades rítmicas, orais e vocais saídas da “caprichosa jerga políglota” fornecida por todos os americanismos mestiços. Trata-se de um procedimento de “criollización” (Lótman), às últimas consequências, nos níveis lexical, sintático e prosódico.
O pensamento indo-americano de Vallejo busca relações internas às palavras, nas articulações múltiplas às demais línguas, às séries culturais e às atitudes micropolíticas que constituem “los grandes movimientos animales, los grandes números del alma, las grandes nebulosas de la vida”. Daí a necessidade de levar a cabo a “descomposición o vivisección de creación de un poema”, de tal modo que os conteúdos – lugar lógico da escrita racional e alfabético-linear de qualquer autoritarismo – se estilhacem, se revirem ou multipliquem-se complexamente e incorporem, pela tradução miniatural, os paradoxos e oposições. Por isso formulou, ao modo de um manifesto: “Lo que importa principalmente en un poema es el tono con que se dice una cosa y, secundariamente, lo que se dice”. Difícil não lembrar de Oswald de Andrade tupinizando Hamlet: “Tupy or not tupy: that is the question”. Ou do Caribe dos Motivos de son em Nicolás Guillén: “Sóngoro cosongo”.

Palavras-chave
Palavras-chave
  • Americanismo
  • oxímorons
  • mestiçagem
  • pensamento