Dados do autor | |
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Sua instituição | Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS |
País de origem do autor | Brasil |
Dados co-autor(es) [Máximo de 2 co-autores] | |
Sua titulação | Mestrando |
Proposta de Paper | |
Área Temática | 03. Arte e Patrimônio Cultural |
Grupo Temático | PUEBLOS INDÍGENAS Y POLÍTICAS CULTURALES. Repensando el patrimonio |
Título | Retomadas indígenas no Sul do Brasil: A luta do povo Xokleng Konglui pela manutenção de sua autonomia e patrimônio cultural |
Resumo | Neste trabalho proponho a aproximação da noção de patrimônio cultural à pesquisa colaborativa junto ao povo Xokleng Konglui, atualmente em processo de retomada do território ancestral nos Campos de Cima da Serra, nordeste do Rio Grande do Sul. Como a noção de patrimônio cultural é entendida pela comunidade e pelos órgãos institucionais? E como este conceito pode vir a operar nestes processos de retomada no Brasil? As teorias e metodologias da história oral, da antropologia e dos próprios Xokleng compõem, aqui, um diálogo interdisciplinar e intercultural na análise dos “conflitos ontológicos” (DE LA CADENA, 2019) presentes nos processos juidiciais e burocrátivos envolvendo a retomada, a qual tem início em dezembro de 2020 na Floresta Nacional (FLONA) de São Francisco de Paula, região historicamente habitada pelos antepassados Botocudos responsáveis pela dispersão da mata de araucária, nativa da região. A comunidade se encontra atualmente na beira da estrada, fora dos arames farpados da FLONA esperando o andamento do processo judicial envolvendo a Unidade de Conservação (UC) federal e os direitos originários resguardados na Constituição Federal referentes às “terras que tradicionalmente ocupam”, conforme artigo 231. A noção de território expressa nas palavras da Cacica da retomada, Cullung Vei-tchá Teie difere da noção compartilhada pela UC, envolve categorias próprias de sua onto-cosmologia, a relação com a natureza e a cultura, com os espíritos dos antepassados, a mata e os animais nativos. Segundo as palavras de Cullung: “Que a natureza é a mata, a natureza é a cultura, a natureza é a saúde, a natureza é o alimento da terra, a natureza é o espírito, a natureza é nós estar aqui, porque nós somos a natureza que viemos dessa terra, nós saímos dessa terra [gesticula com a mão direita fazendo o movimento do brotar da terra], somos filhos dessa terra, desse lugar aqui, somos filhos desse território aqui ó, que é da FLONA.”. |
Palavras-chave | |
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