Avaliação: Historia del arte y la estética de las Américas: global y local – Benjamin Péret: trotskismo, surrealismo e as “artes primitivas” no Brasil (1955-1956)

Benjamin Péret (1899-1959) foi um poeta, crítico e historiador da arte e da literatura. Seu nome esteve sempre ligado às vanguardas artísticas do começo do século XX, em um primeiro momento ao Dadaísmo e, logo depois, ao Surrealismo. Militante trotskista, Péret viveu boa parte de sua vida em exílio, especialmente no México e no Brasil, onde morou por duas oportunidades; a primeira, entre 1929 e 1931 e a segunda, de 1955 a 1956. Em sua primeira passagem pelo Brasil, casado com a cantora lírica brasileira Elsie Houston, Péret criou fortes laços artísticos e políticos com intelectuais brasileiros, em especial Mário Pedrosa e Lívio Abramo. É importante destacar que, afora a sua produção como poeta, o autor se dedicou à pesquisa histórico-antropológica, seguindo uma tendência comum aos seus pares na Europa. Se André Breton se encantou com artefatos africanos e da Oceania, Péret investiu na cultura afro-brasileira e ameríndia. Na presente comunicação, serão explorados os sentidos percebidos por Péret na cultura afro-brasileira e indígena, procurando comparar os seus escritos com trabalhos de alguns de seus contemporâneos. Serão, ainda, explicitadas as relações dessas “artes primitivas” com conceitos estéticos do modernismo e com a sua militância política, tema candente para as vanguardas do pós-1945. A análise estará mais focada na sua produção da década de 1950, onde se destacam escritos sobre as rebeliões de africanos escravizados (o Quilombo de Palmares), as culturas indígenas e o seu ambicioso (e inacabado) projeto de escrever uma obra sobre a Arte Popular Brasileira, esboçada em artigos que serão analisados.

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