Dados do autor | |
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Sua instituição | Universidade Estadual de Goiás UEG |
País de origem do autor | Brasil |
Dados co-autor(es) [Máximo de 2 co-autores] | |
Sua titulação | Doutor |
Proposta de Paper | |
Área Temática | 16. História |
Grupo Temático | História(s) do cinema: formas de produção de memória e dimensões históricas |
Título | A repressão encenada: o ator experimental no cinema brasileiro pós-AI-5 |
Resumo | A partir de 1968, parte dos realizadores e produtores brasileiros promoveu uma radicalização não somente na sua proposta de se distanciar do polo ligado ao cinema novo e sua aproximação com a burocracia estatal da ditadura, através da EMBRAFILME, mas também no que tange à estética dos filmes ditos "de invenção", termo cunhado pelo crítico e cineasta Jairo Ferreira. Na esteira destes realizadores, atores e atrizes como Helena Ignez, Paulo Cesar Pereio, Maria Gladys, Guará Rodrigues, Paulo Villaça, Otoniel Serra, Lílian Lemmertz, Joel Barcelos, entre outros, promoveram um ambiente estético de profunda pesquisa no jogo do ator, direcionando esses filmes para um domínio que nomeio, como hipótese, de ator experimental no cinema. Este, em franca afronta contra o regime vigente, filma em locais proibidos em formato de cinema de guerrilha (termo de João Batista de Andrade), reutiliza os signos pan-ópticos do poder coercitivo em verve contestatória e anárquica, figura corpos perfurados e queimados pela tortura, executam gestos e expressões faciais em estado de convulsão retirados dos paroxismos conceituais provenientes do legado de Antonin Artaud, das encenações de José Celso Martinez Corrêa no Teatro Oficina, das performances políticas do The Living Theater e de outros encenadores realistas (Bertol Brecht) ou experimentais (V. Meyerhold). Ao se distanciarem do establishment cultural, estes atores e atrizes se marginalizaram das instituições cinematográficas vigentes (produção, censura, exibição), e também deixaram para a história um potente documento do espírito contestador do cinema de invenção e do ambiente irrespirável da produção cinematográfica pós-AI-5 no Brasil. |
Palavras-chave | |
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