Avaliação: História em quadrinhos nas Américas: história, edição e cultura – História e utopia em Héctor Germán Oesterheld: gramática, enredo e estética da revolução

Esta pesquisa de doutoramento se propõe a analisar a produção intelectual do roteirista de quadrinhos argentino Héctor Germán Oesterheld, bem como sua atividade política. Nossa abordagem se limitará ao espaço de tempo entre os anos de 1957 e 1977. As principais fontes de análise serão algumas histórias em quadrinho publicadas durante este período, especialmente as de cunho político, entre as quais: O Eternauta (El Eternauta) parte 1, parte 2 e a versão de 1969; Mort Cinder; as biografias de Che Guevara e de Eva Perón; 450 años de Guerra Contra el Imperialismo; La batalla de Chacabuco; La guerra de los Antartes. Tendo como norte o campo da História Intelectual, a pesquisa analisa a produção do autor inserindo-a no contexto histórico da Argentina e em paralelo com a atuação política de Oesterheld, destacando as principais relações entre cultura e política, militância e produção artística. Nossa tese é a de que o autor elabora uma maneira bastante peculiar de se posicionar no conturbado cenário social da época, articulando uma gramática, um enredo e uma estética "da revolução" em suas obras, estruturadas a partir de uma leitura da História e de um pensamento utópico. A leitura da História é marcadamente revisionista, baseada no revisionismo histórico da esquerda de então. O pensamento utópico é igualmente um elemento da esquerda das décadas de 1960 e 1970, marcado especialmente pela crença na iminência e necessidade da revolução socialista, pelo anti-imperialismo e por um certo nacionalismo. Assim, procura-se demonstrar como Oesterheld equaciona história e utopia, passado e futuro, experiência e expectativa na criação de sua obra. Dentre as principais referências bibliográficas utilizadas para compor a pesquisa, podemos citar: Laura Fernandez, Roberto Von Sprecher, Daniela Slipak, Arturo Jauretche, Tulio Halperin Donghi, Carlos Altamirano, Beatriz Sarlo, Oscar Terán e Reinhart Koselleck.

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