Dados do autor | |
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Nome | Letícia Simões |
E-mail do autor | Email hidden; Javascript is required. |
Sua instituição | Universidade Federal Rio Grande do Sul UFRGS |
Sua titulação | Doutorando |
País de origem do autor | Brasil |
Dados co-autor(es) [Máximo de 2 co-autores] | |
Proposta de Paper | |
Área Temática | 09. Estudos Culturais |
Grupo Temático | "Memorias y (auto) biografias: teorias y prácticas" / “Memórias e (Auto) Biografias: teorias e práticas” |
Título | Nós, malungas: a fabulação de si como prática de resistência |
Resumo | A presente comunicação se propõe a analisar os curtas-metragens “Kbela”, de Yasmin Thayná (2015), “Travessia”, de Safira Moreira (2017) e “República”, de Grace Passô (2020), três realizadoras brasileiras, para debater as estratégias comunicativas em torno da escrita de si, em ressonância com a idéia de malungo. Malungo significa “canoa” na língua Banto, e é o termo designado para identificar as pessoas que dividiram um mesmo navio negreiro. Nessa proposta, tomo a definição do historiador baiano João José Reis, que identifica “malungo” como uma espécie de parentesco simbólico, provocado pela travessia, visto por Reis como um ritual de iniciação. Essa idéia, de uma comunicação malunga, dialoga com o pensamento por uma “amefricanidade”, conceito elaborado pela filósofa Lélia González, para abordar a construção de uma identidade étnica com a incorporação de dinâmicas culturais, especialmente aquelas que vão na contramão do sistema de dominação. A construção dessa “amefricanidade” através de uma comunicação malunga guiada por uma sujeita múltipla em subjetividade e historicidade, criando uma tessitura de mulheres negras poderia ser observada no exercício de fabulação de si exercida pelas realizadoras nos referidos curtas-metragens, que extrapolam as concebidas noções de documentário e de autobiografia, tensionando a idéia de uma escrita de si. Por fim, ao realizar determinadas escolhas, como a opção pelo curta-metragem e sua disponibilização gratuita e pública, tendo o Brasil um histórico de apagamento da memória das pessoas à margem, estes objetos de fabulação de si, realizados por mulheres negras, se constituem em gestos de resistência. Dessa forma, a proposta é esmiuçar o que chamarei de uma comunicação malunga, pensando em uma escrevivência fragmentada, permeada por processos históricos, em porosidade com outros sujeitos e que visa, em concomitância, a uma resistência histórica e à construção de um outro futuro, baseada em outras formas de relações biográficas. |
Palavras-chave | |
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