Avaliação: Dinâmicas de áreas urbanas não metropolitanas: pequenas cidades/localidades, seus papéis e significados contemporâneos – Tríplice fronteira Brasil-Uruguay-Argentina: políticas públicas e dinâmicas da vida urbana na contemporaneidade

A administração territorial é distinta em cada país, no entanto, estabelecendo um plano comum emerge o importante questionamento sobre a descentralização do poder, assim como, da gestão e distribuição de recursos econômicos. Neste contexto, o presente trabalho busca observar o território da tríplice fronteira Brasil-Uruguay-Argentina, com o objetivo de analisar as políticas públicas em relação às dinâmicas da vida urbana, marcadas pelos encontros e desencontros entre três cidades-países, que apesar da localização estratégica, estão fisicamente afastadas das suas capitais nacionais e desassistidas quanto às tomadas de decisões de acordo com suas circunstâncias. A cada travessia do Rio Quaraí, as cidades praticamente triplicam seu porte populacional. No Brasil, localizada no estado do Rio Grande do Sul, Barra do Quaraí configura uma pequena cidade com 4.012 habitantes. A cidade uruguaia Bella Únion, pertence ao departamento de Artigas e possui 12.200 habitantes, como seu próprio nome anuncia está entre os países vizinhos, sendo a união com o Brasil através da ponte internacional e a união com a Argentina somente pela travessia hidroviária. A cidade de Monte Caseros, é capital do departamento de mesmo nome, tem 37.236 habitantes, e faz parte da província de Corrientes na Argentina. Com base no método da cartografia urbana, os dados deste trabalho foram coletados no projeto de pesquisa “Travessias na Linha de Fronteira Brasil-Uruguay” da UFPel e analisados a partir do agenciamento teórico com a obra “Por uma outra globalização” de Milton Santos. Esta abordagem aponta para a discussão dos resultados a partir da globalização como fábula, devido ao recorrente discurso de uma fronteira amiga; da globalização como perversidade, diante da marginalização e inefetividade das políticas públicas nestes territórios; e por fim, da globalização como potência, visto por alguns exemplos de cooperação entre as cidades estudadas.

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