Avaliação: O agro, políticas públicas e conflitos sociais na América do Sul – O MERCADO LÁCTEO, A TECNOLOGIZAÇÃO E REBATIMENTOS NA PEQUENA PROPRIEDADE RURAL NO OESTE CATARINENSE

O objetivo desta comunicação é abordar o circuito do mercado lácteo (Bourdieu, 2005) e seu rebatimento nas unidades familiares rurais, no oeste catarinense. Historicamente, a dinâmica socioeconômica dessas propriedades seria o trajeto da policultura à modernização rural, que levou uma fração destas à suinocultura e avicultura, em regime de integração vertical. Daqueles não inclusos ou exclusos dessas integrações, uma alternativa foi a fumicultura, rotulada como integração dos pobres. Fração de propriedade não integradas tornam-se fornecedoras de matéria-prima dos conglomerados industriais lácteos. Houve aumento de escala, investimento na qualidade do plantel e a tecnologização da propriedade, exigindo aporte financeiro, às vezes por meio de políticas públicas. Trata-se de integração de frouxa pactuação, com mercado lácteo instalado na região, competindo entre si, porém, sempre mediante o cumprimento de estritos padrões sanitários ditados pelo setor agroindustrial. Em paralelo, ocorrem movimentos como a divisão de trabalho entre as propriedade, isto é, aquelas criadoras de animais; produtoras/vendedoras de silagens/pré-secados/fenos; proprietários de maquinários/prestadores de serviços. Há, igualmente, nova clivagem de produtores, daqueles de plantel de menores àqueles com plantel considerável e, de outro lado, tecnologização mais competitiva, aprofundando a desigualdade. No horizonte, a legislação e normatização sanitária deixa o quadro nebuloso. No grupo doméstico observa-se nova configuração do trabalho familiar, reorganização de propriedades para garantir a viabilidade e repetição de fenômenos observados em outros cenários historicamente, com a reiterada ausência de jovens e de sucessores.

Palavras-chave: Mercado Lácteo; agricultura familiar tecnologização

• Mercado lácteo; agricultura familiar; tencologização