Dados do autor
Sua instituiçãoUniversidade Federal do Estado do Rio de Janeiro UNIRIO
País de origem do autorBrasil
Dados co-autor(es) [Máximo de 2 co-autores]
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Nome completoLucia Brito
Sua titulaçãoDoutor
TitulaçãoGraduado
País de origem do co-autorBrasil
InstituiçãoUniversidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ
Proposta de Paper
Área Temática03. Arte e Patrimônio Cultural
Grupo TemáticoGestão do patrimônio sensível na Ibero-América: (des)encontros e diálogos (im)possíveis
TítuloEstratigrafia das invisibilizadas: narrativas museais e arqueológicas sobre o Recolhimento de Santa Teresa, Niterói/RJ/Brasil
Resumo

O Recolhimento de Santa Teresa é uma edificação do século XVIII construída pela Ordem Terceira do Monte do Carmo com o fim de abrigar mulheres a pedido ou ordem de seus parentes do gênero masculino, bem como as que apresentava conduta social desviante. Localizado na região oceânica de Niterói, estima-se que foi desativado na segunda metade do século XIX, quando entrou em processo de abandono e deterioração até seus valores enquanto referência patrimonial serem reconhecidos em 1955, na forma de inscrição no Livro de Tombo das Belas Artes. Preservado em ruínas, em 1977 foi transformado em museu regional do IPHAN, o Museu de Arqueologia de Itaipu (MAI), dedicado à arqueologia pré-colonial. O objetivo desta comunicação é refletir sobre o lugar das recolhidas nas narrativas museais e arqueológicas que constituem o discurso do museu à luz da Arqueologia de Gênero e da Nova Museologia. Os resultados preliminares da análise sugerem que, os discursos da entidade ainda não se apropriaram das ondas dos feminismos retroalimentadas pelas ondas da renovação da Museologia, mantendo, em primeiro plano, as narrativas relacionadas ao passado pré-colonial e ao passado recente, centradas na pesca artesanal, cujo protagonismo está no olhar e nas vivências masculinas. O significado da paisagem local se transformou não levando em conta a multivocalidade daquele espaço, onde a história daquelas mulheres encarceradas foi desatendida, mesmo com a presença das ruínas do antigo recolhimento proporcionando uma memória retrospectiva e materializada. Essas ruínas figuram a ideologia patriarcal da época do recolhimento, onde as mulheres eram privadas de suas liberdades e viviam em um paradoxo de confinamento e refúgio da vida matrimonial imposta. Assim, vê-se necessário um retorno à história daquelas mulheres encarceradas, como forma de resistência e visibilidade feminina.

Palavras-chave
Palavras-chave
  • Arqueologia de Gênero
  • Arqueologia da Paisagem
  • Museologia
  • musealização
  • patrimônio sensível